domingo, 27 de janeiro de 2008

Windstorm-girl (menina ventania)


Se tem uma coisa que a deixava realmente entusiasmada, era o vento. Este que batia na janela, que balançava - e bagunçava – seus cabelos, e que lhe conferiam um ar de extrema leveza.
Não era preciso muito pra saber o que a atraía no vento. Ele simbolizava a liberdade a qual ela sempre almejara. Não que ela fosse uma presidiária, ou uma criança indefesa ou qualquer outra coisa que a impedisse de ser livre. Gostava de pensar na filosofia que o vento trazia consigo, aquela em que coisas feias são deixadas pra trás, e curiosidade e esperança nascem a cada passo.
Sim, ela pensava que podia voar, se quisesse. E como sempre queria, andava flutuando nas nuvens roxas da imaginação. Voar significava simplesmente uma escolha, não um dom, e ainda menos um método de transporte. Era ter a liberdade de imaginar o melhor futuro possível para si, e os mais lindos e ternos amores. Não que fosse romântica, mas conservava no cofre que estava trancado seus sentimentos uma crença infantil do homem perfeito, cavalgando num cavalo. Pra ser mais precisa vindo numa Mitsubishi, mas não falemos dos pormenores. E era aquela infantilidade escondida que lhe conferia um ar misterioso e intocado que tanto apreciavam os apaixonados por ela. Suas sedes de liberdade, e de aventura só conheciam os mais íntimos e queridos, porque junto da infantilidade, da liberdade almejada, estava seu medo. Medo de que alguém lhe a aprisionasse e que ela nunca mais pudesse sentir o vento cobrindo-lhe a face e despenteando-lhe os cabelos. Medo de perder a capacidade de imaginar, de não poder mais desfrutar do prazer que lhe traziam os frutos da imaginação.
Mas enquanto não sentia medo, sentia apenas uma coisa. A necessidade de abrir suas asas e voar para um lugar onde o vento, seria intenso e duradouro.



Camila Santiago em 23 de Janeiro de 2007.

3 comentários:

Diego Paulino disse...

muito bom o texto,camila!
e que pra essa guria aí da história,tomara que ela encontre logo não só uma brisinha não,e sim,um verdadeiro vendaval

beeejo

Ludmila Bello disse...

muiito legal o texto!
é tao bom se sentir assim...livre!
;*

Letícia. disse...

nossa Cah.
não conhecia esse seu aldo escritora! vc escreve muito bem menina!

tô com blog novo, pobriinho, mas tudo bem!
vou favoritar vc lá!

:*